frase proferida por uma professora universitária, quando os alunos reclamavam da correção injusta de uma prova. sem querer entrar no mérito da correção da professora citada, ao qual eu também fui prejudicada (o que dá numa pessoa pra zerar uma questão correta, cacete?), mas essa frase realmente me fez pensar.
não que ela não seja verdadeira, todo mundo com mais de dois neurônios e alguma inteligência social sabe que isso é verdade. o mundo não é um lugar justo, nem agradável e nem confortável. todo ano, revistas editam listas das 10 pessoas mais ricas do mundo enquanto ninguém não faz nem idéia de quantas pessoas morrem ou já morreram de fome nos subúrbios do planeta.
mas a questão social também não é o que eu quero debater, até porque se caso fosse, todos os bytes de armazenagem de informação do blogger não seriam suficientes para se debater um assunto tão amplo.
a questão é: ok, o mundo não é justo. mas o que você faz pra mudar essa realidade? você tenta fazer a diferença? ou simplesmente aceita essa verdade e a repete aos 4 ventos quando é confrontado? o que se passava na cabeça da minha professora quando ela disse isso, após ter esgotado todos os seus argumentos na discussão com os alunos? eu realmente espero que seja apenas isso: ela se viu encurralada e decidiu lançar a última carta na manga. porque eu me recuso a acreditar que uma pessoa, que se preza a ser uma educadora, a pesquisar ciência, a formar opiniões, formar futuros profissionais se apegue tão firmemente a uma filosofia de vida tão medíocre quanto essa.
cada vez mais eu concluo que a universidade é o lugar mais hipócrita que eu já tive o desprazer de conhecer. dizem que querem formar cidadãos críticos, de opinião, as próximas cabeças pensantes que irão tocar o país. no edital da usp está lá, todo aluno tem direito a pedir revisão de prova. agora, sejamos realistas: eu sou só uma aluna que está questionando a correção de uma professora doutora. alguém realmente acha que há alguma chance de eu sair ganhando nessa história? talvez, eu ganhe a nota que eu realmente mereça, mas acreditem, eu serei marcada até o resto da minha graduação, não só por ela, mas por todos os outros professores. e quando um aluno é marcado, tudo torna-se extremamente difícil, portas se fecham repentinamente. e aí, desanima-se de lutar e torna-se tudo o que supostamente vai contra os objetivos da universidade: cidadãos conformados, que aceitam todos os absurdos por medo.
o mundo é o reflexo do que nós somos. enquanto formos injustos ou coniventes com as injustiças, é assim que o mundo será. mas a pergunta é: em que tipo de mundo você quer viver?
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